quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Procuram-se Pais.


Há muito tempo eles já estão largados pelas calçadas, sendo escravizados pelos sinais,
sobreviventes do lixo, com fome, sem nome.

O futuro do país cheirando a cola e você se perguntando por que eles não somem e eles
perguntando por que tanto egoísmo.

Vilões que não roubam bancos, não usam armas, não teem opção, não teem futuro, não optam apenas relevam, relevam a dor, relevam os maus tratos, relevam o próprio ser.

Munidos de todo rancor caminham pelas cidades atrás do cheiro agradável do pão, atrás
do sorriso doce de outra criança, atrás da felicidade que sempre teima em fugir.

Encostados nas paredes se tornam a paisagem suja da cidade, a paisagem que ninguém quer ver, o quadro negro que ninguém quer pintar, vieram do submundo direto para seu mundo e você finge não notar.

Filhos de quem? Da fome? Da sede? Da dor? Da ignorância? NÃO!!
São filhos da conivência de homens bons e da crueldade de homens maus.

São crianças que vivem a maturidade antes mesmo de chegarem à adolescência, são retratos falado de um sofrimento mudo¹, são adultos em corpos de crianças respirando desprezo e esperança.

É uma pena que de crianças inocentes com fome passarão a adolescentes delinquentes , adultos criminosos, até que enfim, chegam a velhos mendigos. Isto, se ainda estiverem vivos.

E isto continuará até o dia em que finalmente poderemos celebrar o ano novo em um mundo realmente novo.

¹ Trecho da música “quem me dera” da banda Circuladô de Fulô.


Zélio Marulo Jr.

Bons Ventos!
Tchau!

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